sábado, 17 de março de 2012

Benefícios da Amamentação para a Saúde das Mulheres

Sabemos que o aleitamento materno traz inúmeras vantagens bio-psico-sociais para a mulher. Sob o ponto de vista biológico assim que a placenta é eliminada, os hormônios ocitocina e prolactina, dentre tantos outros, entram em ação, comandando este espetáculo da natureza!

A ocitocina liberada na amamentação, com o intuito de auxiliar a contração das células mioepiteliais, contribui para a ejeção láctea. Ela também é responsável pela contração uterina após a saída da placenta a partir do momento em que a mulher inicia a amamentação, imediatamente após o nascimento do bebê. Isso reduz o risco de hemorragia pós parto e contribui para a preservação dos níveis séricos de ferro.

A prolactina, hormônio responsável pela produção do leite, deve ser estimulada (08 a 12 vezes/dia) através do reflexo mamilar, para que esta produção se mantenha durante o tempo desejado pela mulher. O que mais recentemente foi divulgado é o efeito deste hormônio em conjunto com a ocitocina. Os neurofisiologistas concluíram que esta associação direciona o amor desta mulher para o seu filho. Ou seja, altos níveis de ocitocina liberados concomitantemente com a prolactina contribuem para o aumento do amor materno, enquanto altos níveis de ocitocina e baixos níveis de prolactina estão relacionados ao amor genital.(1) As ações comportamentais destes hormônios sugerem que a amamentação funciona como facilitadora do relacionamento entre a mulher e seu recém-nascido, favorecendo o vínculo afetivo e, conseqüentemente, contribuindo para o aumento do prazer e da felicidade desta mulher neste período.

Para esta etapa acontecer de maneira mais tranqüila para a mulher, é necessário que a equipe de cuidadores conheça o mecanismo de produção e ejeção do leite, assim como as crenças e mitos em relação ao aleitamento materno e a cultura na qual está inserida esta mulher e seus familiares. É importante ressaltar que a equipe fique atenta ao estado da mulher como um todo: como está seu estresse físico e emocional, seu ambiente familiar, estrutura de apoio, como está o seu recém nascido. Medo e experiências anteriores podem ser revividos neste momento e dificultar esta nova experiência. São vários fatores que interferem diretamente nesta fase e isso pode se manifestar de maneira consciente ou inconsciente. Quando a mulher puérpera está razoavelmente atendida em suas necessidades básicas, ela tende a enfrentar este período de maneira mais tranqüila e segura, e com seu poder vital mais fortalecido.(2)

Se acrescentarmos a este conhecimento o fato de que tanto a mulher quanto o recém-nascido liberam grandes quantidades de endorfina durante o aleitamento (que, como qualquer opióide, pode levar a estados de dependência) podemos sugerir que a interação destes hormônios facilitará ainda mais o estabelecimento do vínculo afetivo, contribuindo para uma capacidade adaptativa maior neste período crítico da vida da mulher e do bebê. O gasto energético desprendido na amamentação e o aumento do metabolismo contribuem para um retorno mais rápido ao peso ideal, aumentando, assim, a auto-estima desta mulher.
Além das vantagens psicológicas, a mulher que amamenta estará mais protegida contra o câncer de mama, ovário e útero, assim como provavelmente contará com uma proteção extra contra osteoporose após a menopausa.
Dentro deste contexto puerperal, uma das vantagens do aleitamento materno para a saúde da mulher é a realização da mesma quando esta o desejar, desde que “este trajetar seja acompanhado em sua totalidade e não apenas a interface do aleitamento materno”.(2)

Ao prestarmos cuidado integral à mulher-puérpera/família possuidora de um poder vital interagindo com seu meio ambiente estaremos favorecendo para que o processo da amamentação proporcione satisfação à mulher. E quando isso não acontece como nós desejamos, podemos criar situações constrangedoras para a mulher e equipe cuidadora.
“Ser mãe pressionada pelo paradigma vigente pode ser padecer. Ser mãe vinculada afetivamente ao filho é um paraíso. E a amamentação é uma das chaves deste paraíso”. E ainda: “A mãe não poderá jamais ser tratada como um objeto, uma espécie de mamadeira natural. Deve, sim, ser o centro de nossa atenção e ação. A amamentação só se dá através dela, e só se dará a contento se suas necessidades físicas, emocionais, sociais, culturais, intelectuais e profissionais forem pelo menos razoavelmente atendidas. É preciso cuidar bem da mãe para que ela possa cuidar bem do bebê.”(3)

A mulher, ao realizar-se amamentando seu filho, estará combatendo a violência intrafamiliar. E conforme estudiosos deste tema, a mulher amamentando seu bebê “estará dando o primeiro passo para uma sociedade baseada nos valores do coração”.

Outra realização é a possibilidade da mulher refletir e definir prioridades de saúde, que devem satisfazer seus objetivos vitais e alcançar seu bem estar.
Autonomia, criticismo e capacidade de reflexão são características dos seres humanos. Tendo-as respeitadas e estimuladas, a mulher terá habilidade para definir prioridades de saúde. A equipe cuidadora deve refletir mais sobre estes aspectos, e assim conduzir este momento da mulher/família com mais sabedoria e sensibilidade.
Os mestres exemplares da história nos recordam uma atitude fundamental que devemos ter para a integralidade do ser humano: o cuidado. Dentro desta perspectiva, é que o nosso trabalho com a mulher-puérpera/RN/família deve ser conduzido.

Unimed Grande Florianópolis

Um comentário:

  1. Nossa!!
    Além de fazer bem pra mulher é a unica coisa que o bebê vai prescisar até o sexto mês neh?
    Até pro bolso faz bem,...
    Por isso que adotei a amamentação exclusiva, e não ha quem me faça mudar de ideia, a menos que apresente risco pro meu bebêzão!
    bjO

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